sexta-feira, setembro 21, 2007

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A internet está lenta. Chata. E chata estou eu com essa falta de paciência latejante. Existem sinais de revolta bastante claros que piscam em neon verde limão quando eu me olho no espelho. Unhas com esmalte descascado (quem me conhece sabe o que isso quer dizer), cabelo meia boca, depilação pra lá de pavorosa, fios de sobrancelha ajoelhados pedindo pelo amor de deus para serem retirados com urgência… e por aí vai. A visão do inferno.
Para não ver o inferno de frente, eu não me olho no espelho. Mas quando sento de frente para essa página em branco, tudo aparece com mais força. Meu tédio fala muito sobre minha dificuldade com rejeição. Eu deveria estar reescrevendo as partes que precisam mudar no meu roteiro, mas lá no fundo do alma, não conte pra ninguém, eu sei que não consigo escrever porque detesto o fato de quererem mudar o que eu escrevi.
Só de raiva não escrevo nem isso nem nada mais. E não posso nem dizer que estou me esforçando. É mentira de novo. Estou muito além da fase de esperar o disk-vontade. Estou em plena não-querência. No quiero! No quiero! Socorro!
E também não quero conversar com as pessoas. Parece que se eu fizer isso, vou dizer o que penso, e o que penso não é muito bacana neste exato momento. É uma daquelas fases em que as mulheres com mais de 50 começam a tomar remédio para dormir. Eu entendo a razão: elas querem desligar do mundo. Claro. Se eu dormir eu não tenho que fazer nada, se não fizer nada não fracasso. Olha só que simples!
Eu sempre disse que a insanidade é o caminho mais fácil. E não é? Insana eu posso me dopar e dormir. Insana eu posso não lembrar de nada, porque faz parte do pacote. Insana eu não me arrumo, não participo de compromissos familiares ou profissionais, e só aguento o que e quem eu quiser. Olha que fácil!
Pena que eu sou teimosa demais para entrar nessa….
Mas que a vontade hoje é essa é! Juro!
Hm…inferno astral. Pode ser. Meu aniversário é segunda-feira, dia em que isso tudo tem que acabar. Dizem que são 52 dias de inferno. Gente!! Acho que foi mais ou menos isso. 50 e poucos dias de “não fale comigo”, “não me faça perguntas”, “não me peça nada”, “não me force a existir”. E eles passaram com a violência de um furacão. Sim sim, eu consegui viver 50 e poucos dias inexistindo, enquanto o mundoe o tempo voavam á minha volta. Grande vantagem!….

Well …estou aqui para, em público, me comprometer a sair deste limbo onde me enfiei. Quem tiver uma corda, ajude a puxar.

4 comentários:

Alice Salles disse...

a minha corda ta aqui e ela é gigante, te alcança fácil... ainda bem que vc é teimosa! se não teria que ser por vc!

Anônimo disse...

beijos sacanas.

Flavia Melissa disse...

isso mesmo, isso mesmo, vamos saindo e desocupando o lugar no limbo do não-quero-mais-brincar que tem gente querendo entrar, um passinho a frente, fáfavô!

preguiça de ser eu.
e de tentar mudar também.

Gravata disse...

Eu vim aqui deixar meu recadinho bacana, todo cheio de amor e carinho, aí vejo o comentário do "sacanagem".

Porra!

É o melhor dos melhores! Se você não animar depois dos "beijinhos sacanas", não há fluoxetina que dê jeito!

Fica bem, moça. E reescreva o roteiro mandando todo mundo tomar no cu e todas as cenas. Claro, vão te mandar escrever de novo, mas pelo menos você deixou um recado no (hm) subtexto.

:)

Besos