Ela estava no balcão, entediada, esperando o tempo passar. Quanto mais tarde saisse dali, menos tempo passaria se dando conta do quanto estava sozinha. Um olhar brilhou do outro lado do bar, por entre todas as mesas, todas as pessoas que conversavam alto, bebiam e riam, e faziam com que ela fosse o único ser solitário de um universo inteiro. Sem saber muito o que ou quem era, ela não pode evitar de virar-se. Do outro lado, ele sorriu discretamente e moveu a cabeça num cumprimento sutil. Ela sorriu de volta, sem mostrar os dentes, e tornou a encarar seu copo de água mineral com gas e suco de limão.
A garçonete passou por detrás dela, puxou uma pequena mexa de seus cabelos crespos, aproximou o rosto de seu ouvido.
- Vai ficar bêbada, Monica.
- Ah vou... - respondeu sorrindo
- Devia. Não aguento mais te ver assim.
Mônica balançou a cabeça sem olhar para trás, num sinal claro de que a conversa não a interessava, e tomou mais um gole de água com gas.
Ao ouvir um pedido de licença, ela afastou um pouco seu banco para a direita, abrindo espaço para uma jaqueta marrom, cujo dono parecia ocupar mais espaço do que lhe era de direito. Incomodada, virou-se para a esquerda pronta para reclamar ou no mínimo fazer cara feia, mas seu mal humor foi interceptado por um sorriso.
- Posso te pagar um drink?
- Não, obrigada. - disse com um meio sorriso querendo escapar, e deu mais um gole na água com gás.
Ele baixou a cabeça, rindo
- Droga...um cheese cake?
Ela abriu um pouco mais o sorriso, sem poder evitar.
- Não...
- Um salgado, um jantar, um café?
- Não, obrigada.
- Flores?
Ela apenas sorriu.
- Carona?
Ela balançou a cabeça negativamente.
- To de carro.
- Uma casa, um castelo na Suíça, um anel de diamante?
- Nada.
- Não é possível...você tem que querer alguma coisa. Não tem nada que eu possa te dar?
Ela virou-se inteira, olhou para ele cuidadosamente observando cada detalhe do rosto, do cabelo, da roupa...
- Não, nada.
- Pena...
Ele se preparava para sair quando ela o segurou pelo braço.
- Mas não precisa ir embora.
- Posso ficar?
- Pode.
- Eu tava me achando um completo loser.
- Losers não usam esse perfume. - e olhando para o barman - dá uma vodka pra ele.
- Como você sabe que eu bebo vodka?
- Eu não sei.
Pegando a bebida, ele disse:
- Você não precisa de nada...mas eu preciso: seu nome.
- Mônica.
- Edu.
Os dois apertaram as mãos, mas quando Monica tentou se desvencilhar, ele segurou sua mão com mais força.
- E se você pudesse pedir qualquer coisa essa noite, e eu pudesse realizar o seu desejo, o que seria?
Ela sorriu.
- Se eu pudesse...hum...um namorado de mentira. Só hoje. Alguém pra fingir que é meu namorado.
Edu soltou a mão dela olhando em seus olhos com estranheza.
- Você não precisa disso...
- Você perguntou, eu respondi.
- Você é linda! Eu não acredito que ninguém...
- Não. Ninguém...
- Não dá pra acreditar.
- Bom, você perguntou. E é isso. Só hoje eu queria que alguém me amasse como eu sempre quis. Me quisesse como eu sempre sonhei. Fosse apaixonado, me surpreendesse...mas...
Ele tirou uma cacho de cabelo do rosto dela
- Por que?
- Porque já passou, eu já tive, acabou, não tem mais.
- Por que?
- Por que o que?
- Ele te deixou.
- Ele estava lá...presente...totalmente presente, e bum. Foi instantâneo, ninguém pôde fazer nada. Se foi. De lá para cá eu não quero. Ninguém vai conseguir que eu....impossível. Mas tem dias...
Com um suspiro longo, Edu afastou o banco alto do bar, pegou a mão de Mônica e a induziu a levantar também.
- Vem cá.
Ela levantou sem entender.
- Onde?
- Vou começar como se começa.
Ele puxou Mônica.
- Dança comigo. Eu sou o seu namorado hoje.
Sem saber reagir, Mônica foi com ele até a pista de dança.
- Que maluca...desculpa Edu. Eu nem te conheço e...você não precisa fazer isso.
- Como não me conhece? Eu sou seu namorado há séculos.
Ela sorriu
- Não sei qual de nós é mais louco.
- Você, claro...ainda bem, senão eu ainda estaria te olhando de longe. Ia ser péssimo. "Quer um drink? um castelo...?" hahaha eu sou patético.
Pela primeira vez Mônica sorriu de verdade, com todos os dentes, vendo nos olhos dele o mesmo brilho que veio do outro lado do bar, minutos atrás.
- O que você quer? - ela perguntou
- De você?
- De mim. Um castelo, um anel de brilhante...?
- Um beijo.
Edu segurou o rosto de Mônica com uma das mãos, puxou-a para perto e beijou sua boca. De olhos fechados, Mônica sentiu nos lábios dele o que já havia esquecido. Entre beijos ela sussurrou:
- Não pode...
- Shhhhh...eu sou seu namorado.
- Só hoje...
e voltando a beijá-la Edu respondeu:
- Impossível...
Fade to black
Sobe música
bye bye.
A garçonete passou por detrás dela, puxou uma pequena mexa de seus cabelos crespos, aproximou o rosto de seu ouvido.
- Vai ficar bêbada, Monica.
- Ah vou... - respondeu sorrindo
- Devia. Não aguento mais te ver assim.
Mônica balançou a cabeça sem olhar para trás, num sinal claro de que a conversa não a interessava, e tomou mais um gole de água com gas.
Ao ouvir um pedido de licença, ela afastou um pouco seu banco para a direita, abrindo espaço para uma jaqueta marrom, cujo dono parecia ocupar mais espaço do que lhe era de direito. Incomodada, virou-se para a esquerda pronta para reclamar ou no mínimo fazer cara feia, mas seu mal humor foi interceptado por um sorriso.
- Posso te pagar um drink?
- Não, obrigada. - disse com um meio sorriso querendo escapar, e deu mais um gole na água com gás.
Ele baixou a cabeça, rindo
- Droga...um cheese cake?
Ela abriu um pouco mais o sorriso, sem poder evitar.
- Não...
- Um salgado, um jantar, um café?
- Não, obrigada.
- Flores?
Ela apenas sorriu.
- Carona?
Ela balançou a cabeça negativamente.
- To de carro.
- Uma casa, um castelo na Suíça, um anel de diamante?
- Nada.
- Não é possível...você tem que querer alguma coisa. Não tem nada que eu possa te dar?
Ela virou-se inteira, olhou para ele cuidadosamente observando cada detalhe do rosto, do cabelo, da roupa...
- Não, nada.
- Pena...
Ele se preparava para sair quando ela o segurou pelo braço.
- Mas não precisa ir embora.
- Posso ficar?
- Pode.
- Eu tava me achando um completo loser.
- Losers não usam esse perfume. - e olhando para o barman - dá uma vodka pra ele.
- Como você sabe que eu bebo vodka?
- Eu não sei.
Pegando a bebida, ele disse:
- Você não precisa de nada...mas eu preciso: seu nome.
- Mônica.
- Edu.
Os dois apertaram as mãos, mas quando Monica tentou se desvencilhar, ele segurou sua mão com mais força.
- E se você pudesse pedir qualquer coisa essa noite, e eu pudesse realizar o seu desejo, o que seria?
Ela sorriu.
- Se eu pudesse...hum...um namorado de mentira. Só hoje. Alguém pra fingir que é meu namorado.
Edu soltou a mão dela olhando em seus olhos com estranheza.
- Você não precisa disso...
- Você perguntou, eu respondi.
- Você é linda! Eu não acredito que ninguém...
- Não. Ninguém...
- Não dá pra acreditar.
- Bom, você perguntou. E é isso. Só hoje eu queria que alguém me amasse como eu sempre quis. Me quisesse como eu sempre sonhei. Fosse apaixonado, me surpreendesse...mas...
Ele tirou uma cacho de cabelo do rosto dela
- Por que?
- Porque já passou, eu já tive, acabou, não tem mais.
- Por que?
- Por que o que?
- Ele te deixou.
- Ele estava lá...presente...totalmente presente, e bum. Foi instantâneo, ninguém pôde fazer nada. Se foi. De lá para cá eu não quero. Ninguém vai conseguir que eu....impossível. Mas tem dias...
Com um suspiro longo, Edu afastou o banco alto do bar, pegou a mão de Mônica e a induziu a levantar também.
- Vem cá.
Ela levantou sem entender.
- Onde?
- Vou começar como se começa.
Ele puxou Mônica.
- Dança comigo. Eu sou o seu namorado hoje.
Sem saber reagir, Mônica foi com ele até a pista de dança.
- Que maluca...desculpa Edu. Eu nem te conheço e...você não precisa fazer isso.
- Como não me conhece? Eu sou seu namorado há séculos.
Ela sorriu
- Não sei qual de nós é mais louco.
- Você, claro...ainda bem, senão eu ainda estaria te olhando de longe. Ia ser péssimo. "Quer um drink? um castelo...?" hahaha eu sou patético.
Pela primeira vez Mônica sorriu de verdade, com todos os dentes, vendo nos olhos dele o mesmo brilho que veio do outro lado do bar, minutos atrás.
- O que você quer? - ela perguntou
- De você?
- De mim. Um castelo, um anel de brilhante...?
- Um beijo.
Edu segurou o rosto de Mônica com uma das mãos, puxou-a para perto e beijou sua boca. De olhos fechados, Mônica sentiu nos lábios dele o que já havia esquecido. Entre beijos ela sussurrou:
- Não pode...
- Shhhhh...eu sou seu namorado.
- Só hoje...
e voltando a beijá-la Edu respondeu:
- Impossível...
Fade to black
Sobe música
bye bye.
8 comentários:
aaawwwwww que delicia...
eu ate ME imaginei na cena hahaha
pqp, vim só pq vc reclamou q ninguem comentou aí eu li e hj eu to mt carente sentimental e dominuída pra ter lido o teu texto... vou ali de pijamas comprar cigarro e acho q uma vodka tb...
*diminuída...
foi a primeira vez que eu chorei hoje. estou sentimentalóide e igual a marinana.
uma sentimentalóide chora no banho imaginando a história. Senta e escreve só metade do que fez ela chorar. As outras sentimentalóides entram aqui e se debulham.
Enquanto isso, do outro lado, homens sem atitude ficam sem entender nada!
Adoro...adoro...adoro!
Beijoo
não poderia ter dito melhor mer... :(
seu texto é uma viagem....a gente entra de carona e nao quer mais sair.....bjs
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