Nunca fui muito de tomar refrigerante. Como eu sou curitibana nascida nos anos 60, tive que passar por aquela experiência terrível que é ter que tomar Laranjinha Cini, Gengibirra, Gasoza de Framboeza. Eca...Todas aquelas coisas doces demais que estragavam o gosto do brigadeiro no aniversário.
Curitibano é um animalzinho estranho. Odeia tudo o que é de lá. Faz cara feia quando vê outro Curitibano fazendo sucesso fora de Curitiba. A reação é como um espasmo invonluntário: a boca torce, a testa franze e a voz pronuncia alguma coisa tipo "ah! esse cara estudou comigo...era uma anta!". Ou então aperta o play na memória inútil e conta alguma passagem podre da vida do incauto que só fez cuidar da própria vida, e deu certo. Mas na hora de consumir, adora as coisas locais. É o que acontece com Gengibirra e a Gasoza de Framboeza. A breguice do rótulo é equivalente ao Guaraná Dolly, o gosto é gosto de infância pobre, embora crianças de todas as classes tenham bigode vermelho em Curitiba.
A boca azeda depois de um copo de Gengibirra. Se você tomar mais de dois copos de gasoza, em uma hora vai estar sentindo cabelos na língua. Nada produz maior efeito-língua-peluda do que Gasoza Cini. E o aroma é de lancheira de plástico! Um horror.
Então...eu nunca fui a fim de refrigerante. Quando casei, fiquei chocada com a quantidade de Coca-Cola consumida pelo meu marido (que é também um consumidor de Gengibirra profissional. Eca!). Isso porque na casa da minha mãe, coca-cola era coisa pra ter domingo, se tiver visita. A vida toda tivemos na mesa uma jarra d'água e um garrafão de vinho.
Mas, a gente vai abrindo a guarda para agradar marido...quando vi, tinha passado a tomar coca-cola e gostar muito!
Quando a minha filha tinha um ano e pouco, o ortopedista sugeriu uma tala que ela usasse todos os dias para forçar o tendão de Aquiles a alongar. Pois...fui com ela até a A.P.R.- Associação Paranaense de Reabilitação - único lugar em Curitiba que faz órteses.
Entramos na sala do molde. Era um terror. Lembrava algum hospital abandonado de filme tipo Expresso da Meia Noite, ou Twelve Monkeys...a sala pintada de uma cor feia, descascada, meio verde meio suja, com respingos de gesso no teto, nas paredes, na maca. Uma maca enferrujada pavorosa, e um enfermeiro de jaleco puído, com cara de mau, forçando o pé dela para uma posição que, antes da cirurgia, não era natural. Tudo um terror. A Natasha berrava como se estivesse indo para a forca (ela ainda é escandalosa-mexicana-doida), e eu tive vontade de arrancar a minha filha dali à força. Ninguém deveria ter que passar por coisas assim.
Assim que cheguei em casa, fiz uma promessa. "Só volto a tomar Coca-cola quando ela ficar boa".
Wow. Foi difícil! Água com gás e limão espremido passou a ser o manjar do deuses, só porque tinha umas bolinhas! Era sofrido assistir alguém virando um mega gole gelado de Coca. Mas eu consegui. Foram 4 anos sem chegar meus lábios perto de uma lata prateada.
A gente se mudou pra Los Angeles, a gente voltou de Los Angeles, a Natasha operou a perna, foi melhorando cada vez mais, hoje mal se percebe o problema que ela teve. A escoliose que era esperada não apareceu, o RPG arrumou a postura dela e vai continuar arrumando porque ela nunca vai deixar de fazer, ela dança, pula, se arruma, usa saia, está com 1,70m, magra, tem um andar só dela, é feliz. Que lindo!
Mas e a Coca-cola? Quando eu vi a minha filha no palco do Guairão numa apresentação de balet clássico, na fileira da frente, toda linda e retinha, com postura de princesa, tomei a primeira Coca em 4 anos. E foi como morrer, ir pro céu e ser recebida pelo Johnny Depp me chamando de my love e me beijando na boca. Que glória! Redenção! Recompensa! A vida não é nada sem uma lata de Coca light gelada. Uh hu...
Me fartei de Johnny Depp! Passei a tomar, sagradamente, uma lata por dia e os anos passaram. De 2006 pra 2007, eu estive sentada muito mais tempo do que nos outros 45 anos da minha vida. Sentada na frente desta minha tela gigante, martelando incansavelmente o teclado, escrevendo feito uma desesperada. Dois foram os meus companheiros da uma da tarde às duas da manhã, todos os dias: o cigarro e a coca-light.
Semana passada - acho que na quarta - olhei para o lixo aqui embaixo da minha mesa e vi que ele estava cheio. Foi quando descobri que, em um dia, eu tinha tomado SETE latas de Coca Light, e nenhum copo de água. CREDO! Isso é mais de dois litros!
Parei pra pestar atenção e percebi que eu vinha fazendo isso há meses. Então decidi outra vez: a partir de sexta-feira, dia 12 de outubro de 2007, eu não tomo mais coca-light. E achei que fosse mole. Mas não. É um vício mesmo. É doença. De sexta-feira pra cá em descompensei. Eu me irritei. Eu briguei. Eu tive cólica, dor de barriga, enjôo, diarréia, tontura! Tive ataques de mal humor quase assassinos. Precisei fazer café no meio do dia e colocar um monte de cafeína para dentro pra compensar, e respirar fundo milhares de vezes para me suportar - sim, porque eu estou insuportável. Consegui brigar com a pessoa mais doce do mundo...E comigo mais do que tudo. Crise de abstinência! Dói. E dói dentro do cérebro. Dói no estômago. Dói na boca. Dói no pensamento. Dói no sono. Dói na paciência.
Então, amiguinhos...Está complicado. Eu achei que um dia fosse passar por tudo isso para parar de fumar, e descobri que o cigarro estava me fazendo menos mal do que a Coca. Que ironia!
Por isso, vou acender um cigarro, bater a cabeça na quina da mesa até sangrar, depois tomar um enorme copo de água tentando fazer com que pareça um beijo na boca do Johnny Depp!
Aff! Dá vontade de domir até tudo isso passar.
Bom dia, pra quem está de bom humor.
(manda um pouco pra cá)
Curitibano é um animalzinho estranho. Odeia tudo o que é de lá. Faz cara feia quando vê outro Curitibano fazendo sucesso fora de Curitiba. A reação é como um espasmo invonluntário: a boca torce, a testa franze e a voz pronuncia alguma coisa tipo "ah! esse cara estudou comigo...era uma anta!". Ou então aperta o play na memória inútil e conta alguma passagem podre da vida do incauto que só fez cuidar da própria vida, e deu certo. Mas na hora de consumir, adora as coisas locais. É o que acontece com Gengibirra e a Gasoza de Framboeza. A breguice do rótulo é equivalente ao Guaraná Dolly, o gosto é gosto de infância pobre, embora crianças de todas as classes tenham bigode vermelho em Curitiba.
A boca azeda depois de um copo de Gengibirra. Se você tomar mais de dois copos de gasoza, em uma hora vai estar sentindo cabelos na língua. Nada produz maior efeito-língua-peluda do que Gasoza Cini. E o aroma é de lancheira de plástico! Um horror.
Então...eu nunca fui a fim de refrigerante. Quando casei, fiquei chocada com a quantidade de Coca-Cola consumida pelo meu marido (que é também um consumidor de Gengibirra profissional. Eca!). Isso porque na casa da minha mãe, coca-cola era coisa pra ter domingo, se tiver visita. A vida toda tivemos na mesa uma jarra d'água e um garrafão de vinho.
Mas, a gente vai abrindo a guarda para agradar marido...quando vi, tinha passado a tomar coca-cola e gostar muito!
Quando a minha filha tinha um ano e pouco, o ortopedista sugeriu uma tala que ela usasse todos os dias para forçar o tendão de Aquiles a alongar. Pois...fui com ela até a A.P.R.- Associação Paranaense de Reabilitação - único lugar em Curitiba que faz órteses.
Entramos na sala do molde. Era um terror. Lembrava algum hospital abandonado de filme tipo Expresso da Meia Noite, ou Twelve Monkeys...a sala pintada de uma cor feia, descascada, meio verde meio suja, com respingos de gesso no teto, nas paredes, na maca. Uma maca enferrujada pavorosa, e um enfermeiro de jaleco puído, com cara de mau, forçando o pé dela para uma posição que, antes da cirurgia, não era natural. Tudo um terror. A Natasha berrava como se estivesse indo para a forca (ela ainda é escandalosa-mexicana-doida), e eu tive vontade de arrancar a minha filha dali à força. Ninguém deveria ter que passar por coisas assim.
Assim que cheguei em casa, fiz uma promessa. "Só volto a tomar Coca-cola quando ela ficar boa".
Wow. Foi difícil! Água com gás e limão espremido passou a ser o manjar do deuses, só porque tinha umas bolinhas! Era sofrido assistir alguém virando um mega gole gelado de Coca. Mas eu consegui. Foram 4 anos sem chegar meus lábios perto de uma lata prateada.
A gente se mudou pra Los Angeles, a gente voltou de Los Angeles, a Natasha operou a perna, foi melhorando cada vez mais, hoje mal se percebe o problema que ela teve. A escoliose que era esperada não apareceu, o RPG arrumou a postura dela e vai continuar arrumando porque ela nunca vai deixar de fazer, ela dança, pula, se arruma, usa saia, está com 1,70m, magra, tem um andar só dela, é feliz. Que lindo!
Mas e a Coca-cola? Quando eu vi a minha filha no palco do Guairão numa apresentação de balet clássico, na fileira da frente, toda linda e retinha, com postura de princesa, tomei a primeira Coca em 4 anos. E foi como morrer, ir pro céu e ser recebida pelo Johnny Depp me chamando de my love e me beijando na boca. Que glória! Redenção! Recompensa! A vida não é nada sem uma lata de Coca light gelada. Uh hu...
Me fartei de Johnny Depp! Passei a tomar, sagradamente, uma lata por dia e os anos passaram. De 2006 pra 2007, eu estive sentada muito mais tempo do que nos outros 45 anos da minha vida. Sentada na frente desta minha tela gigante, martelando incansavelmente o teclado, escrevendo feito uma desesperada. Dois foram os meus companheiros da uma da tarde às duas da manhã, todos os dias: o cigarro e a coca-light.
Semana passada - acho que na quarta - olhei para o lixo aqui embaixo da minha mesa e vi que ele estava cheio. Foi quando descobri que, em um dia, eu tinha tomado SETE latas de Coca Light, e nenhum copo de água. CREDO! Isso é mais de dois litros!
Parei pra pestar atenção e percebi que eu vinha fazendo isso há meses. Então decidi outra vez: a partir de sexta-feira, dia 12 de outubro de 2007, eu não tomo mais coca-light. E achei que fosse mole. Mas não. É um vício mesmo. É doença. De sexta-feira pra cá em descompensei. Eu me irritei. Eu briguei. Eu tive cólica, dor de barriga, enjôo, diarréia, tontura! Tive ataques de mal humor quase assassinos. Precisei fazer café no meio do dia e colocar um monte de cafeína para dentro pra compensar, e respirar fundo milhares de vezes para me suportar - sim, porque eu estou insuportável. Consegui brigar com a pessoa mais doce do mundo...E comigo mais do que tudo. Crise de abstinência! Dói. E dói dentro do cérebro. Dói no estômago. Dói na boca. Dói no pensamento. Dói no sono. Dói na paciência.
Então, amiguinhos...Está complicado. Eu achei que um dia fosse passar por tudo isso para parar de fumar, e descobri que o cigarro estava me fazendo menos mal do que a Coca. Que ironia!
Por isso, vou acender um cigarro, bater a cabeça na quina da mesa até sangrar, depois tomar um enorme copo de água tentando fazer com que pareça um beijo na boca do Johnny Depp!
Aff! Dá vontade de domir até tudo isso passar.
Bom dia, pra quem está de bom humor.
(manda um pouco pra cá)
13 comentários:
poxa mê.
tudo que é demais faz mal!
inclusive sexo!
hahaahahaha
boa sorte :) vc vai conseguir!
Ahahahahah! Não dá notícia ruim, Carol!
oh my god!
um monte de coisa nova!
essa coisa de cortar a coca excrusive...
menina de deus, menina de deus.
quando vai ser o próximo almoço?
saudadessssssssssssssssss...
ps_ adorei o post dos feijões!
Só dizer que te amo...e ainda bem que tô longe neste momento de síndrome de abstinência senão ia sobrar pra mim tbém-hehehe...Beijo grande e o maior apoio.
Mandando um pouco de bom humor! Adoro ler seus textos!! Mesmo mal humorada voc� me diverte. E fora que pensar no Johnny Deep hoje pela manh� me fez um bem fora do comum! :D
O MINISTERIO DA SAUDE ADVERTE:
**COCA LIGHT É PIOR QUE CIGARRO**
CARACA! ATE O SEU MAL HUMOR NOS DIVERTE, COMO E QUE PODE UM NEGOCIO DESSE?
MUITA FORÇA PROCE SAIRA DESSA LOGO...
Ah, esqueci de comentar! Você está certíssima, a Suzana Vieira se inspirou sem dúvida nenhuma na Antonella Versace!!!
O nome da loira horrorosa é Donatella Versace...o que é aquele bornzeado eterno? Não sei o que vcs acham, mas bronzeado excessivo é brega de doer.
Hahahahah e acho que EU que disse Antonella pra Cindy! Meu deus. hahahahahah! Fui eu sim!
Tanto faz...Antonella, Donatella...Pode chamar de Rogéria!
Bronzeado é uma coisa perigosa sim. Chega num ponto que parece mais encardido do que bronzeado.
Acho até que em tempos de aquecimento global, cool vai ser ficar branca.
Mas vamos combinar que, quando não tem aquela cara de jet bronze duplo, é bem bonito.
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHHAAHA
enfim, é tudo ´nella´...
será que "num já tem" algum tipo de dermo-patch-de-coca-light??? ahahahaha
OHH SIMMM
tomar coca-cola é como beijar o johnny depp!!ushasuhauhshua
maravilhosoo seu comment...
o johnny eh um pedaço de mal caminh0!! e coca- cola tbm !!hehehe
se quiser um pouquinho de bom humor, eu tenho de sobra quer?
vc tinha que estar melhor que eu...já foi pra los angeles...eu, nem pra kentucky fui ..hahaha....ainda!!! rsrsrs
Pô amiga, sinto muito espero que ja tenha superado esse vício, mas gostei da comparação do Johnny com a coca, espero que depois dessa eu que não me vicie kkkkkk, bjos e boa sorte ^.^
Ass: Mih Depp
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