segunda-feira, junho 14, 2010

_ lembranças de folhetim

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pensei que o tempo amenizasse as coisas
que o cérebro encontrasse defesas para apagar o que foi ruim
e deixar só as boas lembranças
mas não: é triste

toda a névoa que encobria os seus atos se foi
a imagem é limpa e clara
posso ver cada detalhe
da cuidadosa armadilha que você preparou

vejo
com lentes poderosas
cada milímetro do seu plano
vejo ganância
vejo vaidade
avareza
maldade
vejo inveja

vejo a alma cheia de rancores
e tenho nojo
tenho pena
tenho lembranças
já não distorcidas
de coisas que não seriam escritas no folhetim mais sujo
na novela mais barata

achei que o tempo tornasse a feiúra mais bela
mas não
o abrigo dos seus olhos ruiu
onze de setembro nos meus dias de sol


Não queria postar isso hoje, porque meu humor está elevado, maravilhoso, quase bobo.
Desconsiderem...era um texto que estava na fila.


3 comentários:

Marko Acosta disse...

Não represe,
pq certas coisas como lixo marinho
cedo ou tarde sempre voltam à tona,
d 1 maneira ou outra...

Fabio Piva disse...

Concordo com o Marko: Há certas coisas que devem ser colocadas para fora. Se não forem em palavas faladas, que sejam em palavras escritas.

E pesado ou não, é um belíssimo texto, de verdade. :)

Beijos!

Pedro Rocha disse...

Que forte, isso. E eu adoro quando essa fila anda. Próximo!

Beijo