. Quando eu era pequena, eu tomava Clistin (anti-alérgico) escondido. Minha mãe mudava de lugar, mas eu achava e tomava. Era vermelhinho e doce...e delicioso, e eu nem ficava com sono.
. Quando eu era pequena, eu descascava fio elétrico e ligava na tomada. Depois apagava a luz e juntava os fios descascados para brincar de trovão. Queimei alguns fuzíveis várias vêzes, mas eu sabia trocar. Ninguém descobria.
. Quando eu era pequena, minha mãe tinha uma empregada que tinha medo de fantasma. Um dia eu escrevi o nome dela com álcool na pedra da cozinha, chamei a menina, coloquei fogo, apaguei a luz e me escondi. Ha! Nem precisa contar o resto.
. Quando eu era adolescente, eu liguei para a Globo dizendo que era jornalista de uma revista Paranaense, marquei uma entrevista com o Fábio Júnior (ele ainda era novinho, não tinha feito plástica e nem ficado brega) e fui pro Rio em férias com a família. Claro que eu não tinha nem como chegar na Globo. Acho que o Fábio Júnior ficou esperando...
. Quando eu era pequena, meu pai tinha um revólver calibre 38 que a minha mãe escondia super escondido, mocado, enfurnado, pra gente não ver. Eu sempre sabia onde estava, e brincava de batom com a munição
. Quando eu era pequena, minhas irmãs ganhavam serenata dos amigos que voltavam com fome das festas. Minha mãe sempre abria a porta, mandava entrar e dava um café pra eles. Eu era apaixonada por 80% deles e ficava imaginando que as serenatas eram pra mim.
. Quando eu era pequena, eu trocava cadeado do portão dos vizinhos, quando eles deixavam abertos. De manhã eles não conseguiam sair. Mas a culpa não era minha...foi o namorado da minha irmã mais velha que ensinou. (meu irmão também fazia isso, ta?)
. Quando eu era pequena, eu e o meu irmão tiramos os parafusos da cama da empregada pra ela cair quando fosse deitar. Também colocamos ovos embaixo do lençol dela. Também embrulhamos cocô de cachorro para presente e demos pra ela. Mas a culpa não foi nossa...a gente viu isso numa novela.
. Quando eu era pequena, eu fazia comidinha de verdade e forçava meu irmão a comer. Uma caixa de sapato com furos e botões de fogão desenhados, uma vela acesa, uma forma de empadinha, óleo de cozinha, batata picada...pronto: batata frita.
No cadápio sempre: batata frita, carne assada (salsicha cortada em rodelas), salada de azedinha (trevinho...mato de jardim) e bala de goma (farinha, água e açúcar). Meu irmão era o marido. Eu dizia: "Agora vai trabalhar! Agora vem almoçar! Agora come tudo! Agora vai trabalhar de novo!"
. Quando eu era pequena, minha prima era mais ágil e mais magra do que eu. Um dia ela me disse que conseguia fazer "ponte" de ginástica olímpica. Deitou no sofá de barriga pra cima e levantava o corpo, crente que era uma ginasta. Ela fazia, e fazia de novo...e eu sentada no chão na beira no sofá vendo a bunda dela subir e voltar...subir e voltar...me irritei com toda aquela agilidade, peguei a caneta bic que estava na mesa de centro, esperei ela fazer a ponte e coloquei a caneta embaixo dela, com a ponta pra cima. Bingo! Ela ainda deve ter uma pinta azul no bum-bum. (ela disse que eu nunca ia conseguir fazer ponte porque eu era gorda, ta?!)
. Quando eu era pequena, vi minha mãe coar um monte de óleo quente em vidros e deixar em cima da pia da cozinha. Ela disse que era pra deixar esfriar antes de tampar, e foi fazer as coisas dela. Naquela casa, tinha uma copa enorme anexada à cozinha (ou eu que era pequena) onde havia um sofá branco. Eu sentei ali e fiquei olhando pra ontem. De repente, meu irmão entrou, viu os vidros e perguntou: "Nossa! O que que é isso?"
Eu olhei para ele, muito angelical, e respondi: "Mel."
Ele enfiou dois dedos dentro do vidro de óleo quente e saiu gritando.
Tá...foi mal. Nem tava tão quente, não queimou de verdade. Mas foi mal. Desculpa aí, Rica.
. Quando eu era pequena eu comia erva doce do jardim, chupava "aguinha" de uma flor vermelha que tinha em qualquer cerca-viva, comia azedinha, e colocava um monte de hortelã na boca ao mesmo tempo com uma colher de sopa de açúcar e mastigava, pra fazer chicletes.
. Quando eu era pequena eu queria ser órfã. Mas eu não era mórbida. Só tinha inveja da "Princesinha"...
Revisando tudo isso (e mais o que eu não contei)...concluo: quando eu era pequena, eu era uma peste!
Bom final de semana para os pais de crianças felizes.
. Quando eu era pequena, eu descascava fio elétrico e ligava na tomada. Depois apagava a luz e juntava os fios descascados para brincar de trovão. Queimei alguns fuzíveis várias vêzes, mas eu sabia trocar. Ninguém descobria.
. Quando eu era pequena, minha mãe tinha uma empregada que tinha medo de fantasma. Um dia eu escrevi o nome dela com álcool na pedra da cozinha, chamei a menina, coloquei fogo, apaguei a luz e me escondi. Ha! Nem precisa contar o resto.
. Quando eu era adolescente, eu liguei para a Globo dizendo que era jornalista de uma revista Paranaense, marquei uma entrevista com o Fábio Júnior (ele ainda era novinho, não tinha feito plástica e nem ficado brega) e fui pro Rio em férias com a família. Claro que eu não tinha nem como chegar na Globo. Acho que o Fábio Júnior ficou esperando...
. Quando eu era pequena, meu pai tinha um revólver calibre 38 que a minha mãe escondia super escondido, mocado, enfurnado, pra gente não ver. Eu sempre sabia onde estava, e brincava de batom com a munição
. Quando eu era pequena, minhas irmãs ganhavam serenata dos amigos que voltavam com fome das festas. Minha mãe sempre abria a porta, mandava entrar e dava um café pra eles. Eu era apaixonada por 80% deles e ficava imaginando que as serenatas eram pra mim.
. Quando eu era pequena, eu trocava cadeado do portão dos vizinhos, quando eles deixavam abertos. De manhã eles não conseguiam sair. Mas a culpa não era minha...foi o namorado da minha irmã mais velha que ensinou. (meu irmão também fazia isso, ta?)
. Quando eu era pequena, eu e o meu irmão tiramos os parafusos da cama da empregada pra ela cair quando fosse deitar. Também colocamos ovos embaixo do lençol dela. Também embrulhamos cocô de cachorro para presente e demos pra ela. Mas a culpa não foi nossa...a gente viu isso numa novela.
. Quando eu era pequena, eu fazia comidinha de verdade e forçava meu irmão a comer. Uma caixa de sapato com furos e botões de fogão desenhados, uma vela acesa, uma forma de empadinha, óleo de cozinha, batata picada...pronto: batata frita.
No cadápio sempre: batata frita, carne assada (salsicha cortada em rodelas), salada de azedinha (trevinho...mato de jardim) e bala de goma (farinha, água e açúcar). Meu irmão era o marido. Eu dizia: "Agora vai trabalhar! Agora vem almoçar! Agora come tudo! Agora vai trabalhar de novo!"
. Quando eu era pequena, minha prima era mais ágil e mais magra do que eu. Um dia ela me disse que conseguia fazer "ponte" de ginástica olímpica. Deitou no sofá de barriga pra cima e levantava o corpo, crente que era uma ginasta. Ela fazia, e fazia de novo...e eu sentada no chão na beira no sofá vendo a bunda dela subir e voltar...subir e voltar...me irritei com toda aquela agilidade, peguei a caneta bic que estava na mesa de centro, esperei ela fazer a ponte e coloquei a caneta embaixo dela, com a ponta pra cima. Bingo! Ela ainda deve ter uma pinta azul no bum-bum. (ela disse que eu nunca ia conseguir fazer ponte porque eu era gorda, ta?!)
. Quando eu era pequena, vi minha mãe coar um monte de óleo quente em vidros e deixar em cima da pia da cozinha. Ela disse que era pra deixar esfriar antes de tampar, e foi fazer as coisas dela. Naquela casa, tinha uma copa enorme anexada à cozinha (ou eu que era pequena) onde havia um sofá branco. Eu sentei ali e fiquei olhando pra ontem. De repente, meu irmão entrou, viu os vidros e perguntou: "Nossa! O que que é isso?"
Eu olhei para ele, muito angelical, e respondi: "Mel."
Ele enfiou dois dedos dentro do vidro de óleo quente e saiu gritando.
Tá...foi mal. Nem tava tão quente, não queimou de verdade. Mas foi mal. Desculpa aí, Rica.
. Quando eu era pequena eu comia erva doce do jardim, chupava "aguinha" de uma flor vermelha que tinha em qualquer cerca-viva, comia azedinha, e colocava um monte de hortelã na boca ao mesmo tempo com uma colher de sopa de açúcar e mastigava, pra fazer chicletes.
. Quando eu era pequena eu queria ser órfã. Mas eu não era mórbida. Só tinha inveja da "Princesinha"...
Revisando tudo isso (e mais o que eu não contei)...concluo: quando eu era pequena, eu era uma peste!
Bom final de semana para os pais de crianças felizes.